terça-feira, 8 de novembro de 2016

Porque eu sou Luthien Tinuviel

Olá mundo!!!

Hoje pensei muito neste blog e confesso que a pauta para um nova postagem esteve em minha mente diversas vezes. O que é um bom sinal, significa que escrever aqui me fez bem, então vamos seguir em frente!!.

E a propósito hoje estou de bom humor.

Dos temas que resolvi compartilhar inúmeras vezes me veio a mente uma irmã de espirito. Talvez porque creio que ela fosse a única pessoa que compreenderia a razão de meu nome para este blog; e porque ela sempre foi a única pessoa que pude ser cristalina, quem eu nunca tive medo de contar nada (fosse ridículo, melancólico, romântico ou mega power erótico).

E por isso hoje resolvi escrever sobre e para ela. Esta postagem será uma espécie de biografia de uma história de amizade e uma homenagem. Porque hoje estamos separadas por um oceano. Não, eu não estou falando metaforicamente, a vida nos levou a viver hoje em continentes diferentes. E  como o trabalho e a rotina nos faz falar muito pouco uma com a outra, as vezes sinto que ela pode estar magoada. Ou talvez eu me sinta culpada por também permitir essa distância.

Mas quando, ontem, eu escrevi este blog com sinceridade pela primeira vez; e ela foi a única pessoa que tive coragem e vontade de contar que ele existe, que com toda certeza independente do que eu escrever ela nunca me julgará; então eu percebi que ela ainda é a amiga, talvez a pessoa que mais me conheça e "me acesse" nesta vida! E que apesar de toda a distância física e "comunicacional" o meu amor a ela como irmã continua intacto.


Para vocês vou chamá-la de La! E vamos a nossa história......
   

Conheci a La com 16 anos, quando passei para um colégio técnico de tempo integral. Uma escola pública excepcional, onde nerds se encontravam e eram felizes. O encontro de muitos adolescentes que  sofreram "bullying" no ensino fundamental. E por isso o ambiente era muito agradável!

A Lá  era da minha turma, mas ela sempre foi a mulher mais bonita, inteligente e culta que eu já conheci. Uma mulher, de fato, a frente do seu tempo, o que a fazia parecer as vezes estranha às pessoas que não a verdadeiramente conheciam, e por isso  nem todos a aceitavam. Sempre me lembrarei do dia em que a vi num hall  da escola, sozinha, porque os colegas da turma a estavam distanciando, e eu decidi naquele momento que eu estaria ao lado dela, custe o que custasse.

Somos muito diferentes e muito parecidas. Temos uma espiritualidade aguçada, ela via espíritos, eu tinha a capacidade de absorver a energia triste ou ruim que ela sentia e fazê-la sentir-se melhor. Ela queria "fechar sua porta;" eu queria abrir a minha (mas fato que ela nunca conseguiu fechar completamente, é um dom - não é uma escolha amiga).

A La sempre foi superdotada, com menos de seis anos um dia ela olhou para uma professora, e achou bonita a pinta que ela tinha na face e desejou ter uma, pouco tempo depois ela tinha  uma pinta! Sim, hoje ela tem uma pinta no rosto que é um charme, lembra a da Marilyn Monroe.

Deve ser por isso que a La tem a influência que tem sobre os homens, no geral aos vinte e poucos eles a pediam em casamento. Meninas normais são pedidas em namoro, ela era em casamento! kkk
   
Mas voltemos ao nosso colegial. A La era  a menina mais esperta da turma, largou o curso técnico - o que na época todos acharam um absurdo para se dedicar para passar em Comunicação Social (confesso que eu não entendia e achava um desperdício de QI). Mas a La sempre foi decida. Falava fluentemente inglês com 17 anos; e já arranhava o francês. Foi ela quem me apresentou, e emprestou o livro de J. R Tolkien - e para quem não entender por favor procure no google e você vai entender o título dessa postagem.

E realmente foi um livro que mudou minha vida, assim como a  La. Aos meus 17 anos a Lary já tinha perdido a virgindade e era muito senhora do seu corpo. Porém nem só de flores compunha sua essência, todas essas qualidades também pesam e muitas vezes a La esteve depressiva, tinha pensamentos tristes; melancólicos eu diria.

Ela tinha amigos, muito tilêles, que usavam drogas, escutavam regues, faziam muito sexo, liam sobre filosofia, bebiam cerveja, falavam de politica, riam, tocavam música e queriam salvar o mundo - enfim eu não era daquele grupo. Eram os "amigos da La", mas a gente sempre se respeitou; e eu sempre soube lidar com eles em todas as festas de aniversário dela.

E, claro, eu também a fazia "sofrer" escutando meu sertanejos e funks. Que ela evoluída e linda, não gostava, mas sabia sabia viver entre os comuns e ser feliz e companheira. Acho que se um dia eu tivéssemos que indicar alguém Elfo na Terra, com certeza entre as pessoas que conheci na vida a La seria a minha primeira opção.

Passamos pra faculdade, anos depois, quando saí das ciências exatas para humanas, foi para o curso de Comunicação Social que eu fui. Mas nem foi pra segui-la, porque dentro do curso nós sempre tivemos perfis muito diferentes.        

Ela é muito culta, e eu gosto de excel e matemática.  Então sempre fomos assim, irmãs, cúmplices, companheiras. Eu e a La nos conhecemos profundamente, conversamos só com um olhar.

Hoje a vida minha profissional, e a dela pessoal (que diga-se de passagem merecia um filme de drama com final feliz,  a parte) nos separou. Hoje ela está gravida de uma menina e como eu não imaginava, eu não estou ao lado dela. E só Deus sabe como eu sinto muito por isso. Não que eu pense que haveria uma forma real de estar próxima, mas ainda assim me dói o coração de não poder estar ao lado dela. De não poder ampara-la quando estivesse ansiosa, ou chorar de felicidade quando escutássemos o coração da filha dela bater.    

A La realmente é uma pessoa muito especial, muito especial mesmo. E ela não é só uma princesa da Disney com somente características boas - ela é real. Boa, má, caridosa, egoísta, muitas vezes ela tb errou, e magoou pessoas, mas eu, como amiga-irmã, a amo exatamente da forma como ela é.

E sinto muito a falta dela todos os dias. A La me ensinou a ser quem eu quisesse ser, sem rótulos. Ela me inspirou inúmeras vezes a ser forte; a ver a sexualidade como algo natural e simples. Ela me amparou quando eu precisei e eu tenho certeza que apesar da distância que existe, ela sente exatamente o mesmo por mim.

Eu vou visitá-la, mas provavelmente a "bebe" já vai ter nascido. Vou encontrar uma La mãe, que será maravilhosa, e ainda mais forte do que ela já é. Sinto muito, muito, mas muito orgulho mesmo pelas escolhas que ela fez. E por estar, onde está. Nunca disse a ela o que fazer, a menos que me perguntasse, e se tivesse perguntado eu teria dito para fazer exatamente o que ela fez.

Te amo minha amiga
( e obvio que estou aqui desidratando após escrever esse texto).

       

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